Autofit Section
Simples, modernas, tatuadas, youtubers.... e juízas!
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 15/08/2018 13:34

A primeira pergunta que surge na cabeça é: como elas arrumam tempo para tudo isso? Tula Mello e Mirela Erbisti são juízas – 20ª Vara Criminal da capital e 3ª Vara de Fazenda Pública, respectivamente –, mestras em Direito Penal (Tula) e Constitucional (Mirela), mães, donas de casas e, desde 1º de março deste ano, youtubers: criaram o Canal Justo Eu, que, em apenas cinco meses, já conquistou mais de 18 mil seguidores.  Além disso, são muito bonitas e femininas: dá para notar que arrumam tempo também para se cuidar. Bem-dispostas e bem-humoradas, não hesitam em mostrar as tatuagens que fizeram nos braços. Elas se conheceram em 2001, quando foram aprovadas no concurso de magistratura. Nos últimos cinco anos, estreitaram mais a amizade, que se estendeu aos filhos:  Tula tem três (6, 10 e 13 anos) e Mirela, dois (11 e 13).

- Sempre conversamos muito. Falamos sobre relacionamentos, casa, filhos, trabalho etc e terminamos conversando sobre questões jurídicas. Um dia, comentamos como seria bom se todos conhecessem seus direitos. Primeiro,pensamos em dar aulas sobre vários temas. Depois, percebemos que, na hora do almoço, encontrávamos outros juízes, advogados, defensores, promotores... E decidimos: vamos convidá-los a participar das aulas! A ideia foi muito bem recebida e foi sendo amadurecida. O Direito faz parte da nossa vida. Atualmente, as pessoas discutem temas, como a Lava Jato, têm interesse por assuntos jurídicos, mas não têm acesso nem a seus direitos básicos quanto mais ao Direito. O YouTube é a maior ferramenta de busca na internet e nosso trabalho já está sendo reconhecido.

E está mesmo. De março a agosto foram gravados 17 episódios com temas diferentes, como dano moral, transexualismo, alienação parental e coaching. Todos sob a visão jurídica, mas em uma linguagem simples e direta, sem o uso do famoso juridiquês. Em março, 200 seguidores; cinco meses depois, mais de 18 mil. E como os temas são escolhidos?

- As ideias vão surgindo durante nossos bate-papos. Naturalmente. São temas aparentemente aleatórios. E vamos escolhendo, com ajuda de amigos, os entrevistados. Esse é o nosso hobby, que fazemos com muita responsabilidade por causa da nossa profissão – disse Tula.

O nome do programa (Justo Eu) também foi escolhido depois de muita conversa, mas contou com a participação ativa dos filhos adolescentes, antenados com a internet, críticos e colaboradores ocasionais com dicas sobre o hobby escolhido por elas. Os internautas também participam enviando mensagens incentivadoras, críticas e sugestões. Só um tema é terminantemente proibido: política partidária.

- Chegamos à conclusão que o método tradicional de estudo não funciona mais como antes. As pessoas estão interessadas nas novas tecnologias e falta dinamismo às salas de aula. Toda mudança exige coragem porque existem os críticos de plantão, que criticam por criticar. Reunimos nossa coragem e nos sentimos autorizadas a executar esse projeto, que é uma aula de Direito on-line. Entrevistamos pessoas do mundo jurídico e encontramos o tom certo. Agora, vamos continuar tentando melhorar sempre. Todo mundo tem que ter acesso ao Direito– disse a juíza Mirela.

Elas comentam que, ao mesmo tempo em que informam o público sobre seus direitos – e deveres -, mostram uma imagem mais compatível com a realidade:

- Temos que nos atualizar para que possamos nos adequar ao que a sociedade deseja. Hoje, temos um Corregedor que participa das redes sociais, que trouxe modernidade para a revista da Corregedoria. Temos que tratar da Justiça de forma solene, como deve ser, mas há temas novos a serem debatidos. Apesar de todo o necessário rito judicial, temos juízes – e o próprio Corregedor – preocupados em acompanhar as mudanças na sociedade. Fazemos grandes casamentos comunitários, ações globais, saímos de nossos gabinetes para nos atualizarmos a fim de conseguirmos corresponder aos anseios da sociedade. Foi com essa visão que a gente montou esse projeto – disse Tula, observando que, dos 17 primeiros entrevistados, 14 são mulheres.

E Mirela complementa:

- Nosso objetivo maior é levar o Direito ao maior número possível de pessoas, incluindo as leigas. A legislação brasileira diz que ninguém pode alegar que não conhece as leis, mas ninguém as ensina à população em geral. O segundo objetivo é quebrar paradigmas, por exemplo, o de que o juiz é alguém distante da população. Não somos assim, nossos amigos não são assim. Hoje, algumas pessoas querem manchar a imagem do Judiciário. O problema maior não é a Justiça, mas a lei que, muitas vezes, não corresponde ao que a sociedade quer. Mas, nós, juízes, temos que seguir a legislação vigente. Não fazemos leis. Determinamos que sejam cumpridas.

Mirela e Tula falam sobre a necessidade de a população conhecer melhor o Judiciário e elogiam o Museu da Justiça – que funciona em um prédio histórico, aberto para visitação guiada e gratuita – e o Plantão Judiciário, que atende a casos emergenciais todas as madrugadas e nos fins de semana.

-Queremos entrevistar pessoas que querem contribuir com a sociedade e com a Justiça. Criticar por criticar não nos leva a lugar algum. Muitas pessoas falam mal e não sabem sequer o que estão falando. Convivemos com pessoas altamente capacitadas que podem contribuir e muito ensinando às pessoas quais são os seus direitos. E procuramos deixar o entrevistado à vontade, confortável para expressar seus pensamentos da forma mais leve possível. Agradecemos a todos os colegas que têm nos incentivado a continuar e ao nosso público, cada vez maior. Vamos tentar melhorar sempre! – disse Tula.

Toda quinta tem uma entrevista nova. Ainda não viu nenhuma? Entre no YouTube e digite Justo Eu. Pronto!  As  aulas estão disponíveis a um clique. Temas variados e interessantes levados ao ar de uma maneira muito mais fácil de entender.

Galeria de Imagens