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Museu da Justiça recebe alunos para oficina de arte sustentável
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 21/07/2023 13:53

                                                     A professora do Museu da Justiça Isadora Alves apresenta a exposição “Arte + Educação” a alunos da Uerj

 

O Museu da Justiça ganhou um colorido diferente na tarde de quinta-feira (20/7). Inspirado pela exposição “Arte + Educação”, inaugurada em maio deste ano no Salão dos Passos Perdidos do Museu da Justiça pelo professor e artista Marcus Lanzieiro, o Serviço de Agenda Cultural (SEAGC) promoveu uma oficina de arte sustentável para alunos de Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). A visita guiada à exposição do artista e a oficina foram realizadas pelas professoras de educação artística do museu Lívia Prado e Isadora Alves.

Após conhecer o trabalho artístico de Lanzieiro, feito a partir de materiais recicláveis, as professoras reuniram os alunos no espaço educativo para realizarem uma atividade semelhante à do professor, usando a mesma técnica adotada por ele no início da sua carreira de artista plástico: colagem de tampinhas coloridas sobre um quadro a fim de reproduzir um retrato de alguém reconhecido. A figura escolhida para ser homenageada foi a líder quilombola Tereza de Benguela, que comandou o Quilombo do Piolho, em Mato Grosso, por 20 anos, após a morte de seu esposo José Piolho. 

A professora Lívia Prado, mestrando em Artes Cênicas, afirma que a escolha do retrato foi baseada em uma personalidade importante para a história brasileira. “O dia 25 de julho é o dia de Tereza de Benguela e o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. E inspiradas pelo professor e artista Marcus Lanzieiro, que retrata personalidades brasileiras e estrangeiras em sua obra de arte, a gente fez essa intersecção trazendo uma efeméride do mês de julho”, contou.

Ao usar materiais descartáveis que seriam jogados fora, como tampinhas de garrafa, cápsulas de café e páginas de revistas, entre outros, Lanzieiro traz uma nova possibilidade de fazer arte a partir do lixo. “O Lanzieiro vai muito por esse caminho da ressignificação dos materiais. A arte tem esse poder de transformar as coisas e dar um novo sentido a elas, e que, originalmente, na sua funcionalidade primária, não teriam”, apontou a professora Isadora Alves, licenciada em Artes Visuais.  

Além de homenagear figuras importantes da história, a oficina também traz uma perspectiva socioambiental para o debate. Para a professora da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC), Cristina Grilo Martorelli, responsável pelo ingresso dos alunos no Museu da Justiça, a arte pode promover uma reeducação ambiental. “Muitas coisas podem ser reutilizadas pela arte. Eu, na área da educação, penso a arte como uma ferramenta de conscientização dos alunos. E, a partir deles, podemos conscientizar a comunidade ao seu redor acerca das questões ambientais, como a redução de lixo no mundo”, afirmou.

Enquanto os participantes colocavam as tampinhas doadas no desenho para formar o rosto de Tereza de Benguela, a professora Lívia recitou uma poesia de Jarid Arraes, em que narrava a vida e a morte da líder quilombola do século XVIII. O novo retrato de Tereza de Benguela estará exposto no espaço educativo do Museu da Justiça.

Os alunos da Uerj participam da oficina de arte sustentável e produzem o novo retrato de Tereza de Benguela, que comandou por 20 anos o Quilombo do Piolho, em Mato Grosso

 

KB/MB

Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ