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Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua é aberto no Centro do Rio
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 02/04/2024 17:13

 

Ao chegar ao Cipop, as pessoas em situação de rua passam por  triagem para que possam ser direcionadas aos serviços dos órgãos públicos 
 

Entrou em funcionamento, na manhã desta terça-feira (02/4), o Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua (Cipop), localizado na Rua Senador Pompeu, s/nº, no Centro, junto à Central do Brasil. Idealizado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com apoio de órgãos de diferentes esferas, o Cipop Rua/RJ, reúne em um só local diversos serviços prestados pelo Judiciário fluminense e órgãos federais, estaduais e municipais, como registro civil, inscrição em programas sociais e rede de moradia, entre outros.

O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h, e tem por objetivo solucionar grande parte das inúmeras dificuldades enfrentadas pela população de rua de modo a permitir sua reinserção social de forma autônoma e sustentável, levando ao pleno exercício da cidadania.

Com 300 m², o Centro de Atendimento, pioneiro no país, foi instalado em uma região concentradora de pessoas em situação de rua.  Segundo dados do Censo do Instituto Pereira Passos de 2022, somente no Município do Rio de Janeiro existem oito mil pessoas nessa condição. Além disso, o local é próximo ao restaurante popular e ao hotel popular que será inaugurado em edificação vizinha. O imóvel onde o Cipop está instalado foi disponibilizado pelo Governo do Estado.

Nascido no Piauí, Adão Fernandes da Silva vive há quatro anos nas ruas do Rio e foi ao Centro de Atendimento em buca de uma carteira de trabalho
 

O primeiro morador de rua a ser atendido nesta terça-feira foi Adão Fernandes da Silva, de 59 anos. Nascido no Piauí, ele se encontra nessa situação pelas ruas do Rio há quatro anos. Recentemente, conseguiu um emprego como auxiliar de serviços gerais e aproveitou a abertura do novo espaço para tirar a carteira de trabalho.

“Espero com o primeiro pagamento desse novo trabalho alugar um quarto e sair de rua, porque na rua não dá, a gente sofre muito. Às vezes não tem banheiro, não tem água, a gente tem que tomar banho, mas passa dias sem conseguir”, contou. 

O auxiliar de cozinha, Alex Bralha Narcisa, de 46 anos, está em busca de uma oportunidade de trabalho para, também, conseguir uma moradia. Desde fevereiro mora na rua depois que ficou desempregado e se separou da mulher. Alex buscou o Centro de Atendimento para tirar uma nova identidade, pois o documento que tinha foi embora junto com a mochila furtada enquanto dormia.
 
“Eu estava dormindo e levaram a minha mochila com a minha identidade. Preciso pagar pensão para os meus filhos que moram com a minha ex-mulher, mas para isso é necessário ter documentação para arrumar qualquer trabalho. Fiquei sabendo desse atendimento na fila do restaurante popular. Estou com muita esperança de que com a documentação em dia minha vida possa melhorar”, apostava Alex entre os guichês de atendimento pelo qual passava em busca do resgate de sua cidadania.

Somente pela manhã, mais de 40 pessoas passaram pelo Cipop em busca de renovação de suas vidas. Para a presidente da Comissão de Articulação de Programas Sociais do TJRJ, desembargadora Renata Machado Cotta, a inauguração do espaço é a concretização de um sonho. Ela ressaltou que a ação conjunta é o único caminho possível na busca de soluções para a questão da população em situação de rua.

A desembargadora esteve presente na abertura do Cipop e acompanhou os atendimentos ao longo do dia

“É com muita alegria que hoje abrimos o Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua, um incentivo para todos os Estados do Brasil. É importante que a sociedade se conscientize da importância desse espaço permanente para regularizar documentação para essas pessoas conseguirem um emprego e, em um terceiro passo, a moradia. A expectativa é de atender até 100 pessoas por dia. O local foi escolhido pela grande quantidade de moradores na região e proximidade do restaurante popular. Então, o morador de rua pode resolver várias situações no mesmo lugar”, destacou a magistrada.

Estão presentes no local o Tribunal de Justiça do Rio, Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura Municipal do Rio, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado, Detran, INSS, Receita Federal, Comando Militar do Leste (Junta Militar), Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), OAB e Fundação Leão XIII.


SV/FS


Fotos: Brunno Dantas/ TJRJ