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Presidentes de Tribunais encerram segundo dia de encontro após abordarem questões atuais e relevantes para a Justiça estadual
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 27/01/2022 20:20

Advogado defende a utilização de acordos para evitar a judicialização dos processos

A parte da tarde foi iniciada com a palestra do advogado Rodrigo Fux, doutorando e mestre em Direito Processual pela Uerj e diretor do Instituto Brasileiro de Direito Processual, que discorreu sobre o tema Análise Econômica do Direito. Em sua fala, Rodrigo Fux parabenizou o trabalho da magistratura brasileira: “é um trabalho hercúleo, que precisa lidar com uma quantidade enorme de processos”.

Em sua fala, o advogado Rodrigo Fux parabenizou a atuação dos magistrados Em sua fala, o advogado Rodrigo Fux parabenizou a atuação dos magistrados 

 

O advogado lembrou que, no Brasil, o principal litigante é a própria administração pública, que não paga custas. “O problema do Brasil é cultural. É preciso encontrarmos ferramentas para aumentar a eficiência e criar mecanismos endo e extrajudiciais, priorizando o acordo e evitando assim a judicialização do processo”, afirmou.

Ministros do STJ alertam para a necessidade de se regularizar o uso de dados e da internet 

Ministro Antonio Saldanha Palheiro abordou a Lei Geral de Proteção de Dados em sua palestra

 

O segundo a falar na parte da tarde foi o ministro Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que abordou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mostrando seus objetivos, seus impactos nas práticas corporativas, o tratamento jurídico dado à Lei e a evolução da proteção de dados no ordenamento brasileiro, entre outros tópicos.

 "O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tem uma resolução muito boa sobre LGPD. As vantagens da utilização do processamento dados de maneira eficiente vão desde o auxílio para a concretização de políticas públicas até a melhoria na qualidade do serviço prestado", explicou.

O ministro ressaltou também a importância de se regulamentar o tratamento dos dados, principalmente na parte que toca o compartilhamento dessas informações. "A Lei é rígida, porém não é respeitada como deveria. Um exemplo é que, hoje em dia, somos praticamente obrigados a digitar nosso CPF para entrar em prédios públicos ou para fazer compras".

O ministro do STJ Luis Felipe Salomão foi o último a palestrar nesta quinta-feira, com o tema "O STJ e a Justiça Estadual". O magistrado fez um apanhado histórico do Superior Tribunal de Justiça, onde atua há quase 12 anos na área do Direito Privado.

“Fomos intérpretes de vários temas que hoje fazem parte da estrutura da sociedade brasileira, como o Código Civil de 2012, o Marco Civil da Internet, o Código de Defesa do Consumidor, a Lei Geral de Proteção de Dados, entre outros”, lembrou o ministro.

Ministro Luis Felipe Salomão falou sobre a relação entre STJ e tribunais estaduais                           Ministro Luis Felipe Salomão falou sobre a relação entre STJ e tribunais estaduais

 

Ele destacou, ainda, que o STJ tem feito um grande investimento na área de TI. “São muitas questões atuais das quais precisamos dar conta, como as fake news, a utilização de robôs na internet, a questão do direto do esquecimento, enfim, já estamos e vamos continuar investindo muito nesta área”, concluiu o ministro Luis Felipe Salomão.

Programação da manhã contou com palestras de conselheiro do CNJ e ministro do TCU  

O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Richard Pae Kim, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, foram os primeiros palestrantes a apresentarem suas exposições aos presidentes, representantes e convidados dos Tribunais de Justiça estaduais que acompanharam o encontro nesta quinta-feira (27/1).

Richard Pae Kim falou sobre a resolução nº 441/2021, que implantou o programa ‘Visão Global do Poder Judiciário’, destinado a magistrados brasileiros que tenham interesse em atuar em órgãos do Poder Judiciário brasileiro diversos do tribunal de origem, desde que resguardados o ramo e a especialidade, e pelo prazo máximo de seis meses. 

“Entre os objetivos do programa estão a troca de experiências e de informações entre os membros do Poder Judiciário, promovendo o aperfeiçoamento, a modernização e a eficiência na prestação jurisdicional; o estímulo ao conhecimento da realidade jurídica das diversas regiões do país; a disseminação de boas práticas, contribuindo para a efetividade e celeridade dos serviços prestados; além da cooperação entre os tribunais brasileiros, com foco no compartilhamento de soluções eficazes e inovadoras”, explicou o conselheiro, que enfatizou ainda que, após o aceite do órgão anfitrião que receberá o magistrado, o tribunal de origem também deverá ser consultado quanto a sua liberação. 

Segundo palestrante do dia, o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União,  iniciou a sua explanação parabenizando a iniciativa do encontro realizado no TJRJ e destacando que para prestar uma justiça de qualidade é necessário aperfeiçoar o diálogo entre os tribunais. Nardes falou ainda sobre a reestruturação realizada no órgão federal em que atua e o trabalho de governança desenvolvido no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.  

O Encontro do Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil (Consepre) continua nesta sexta-feira. Confira a programação:

 

Dia 28/1   

10h   

Palestra - A Autonomia do Poder Judiciário   

Palestrante: Doutor Edgar Guimarães, sócio fundador do Escritório Edgar Guimarães & Advogados   

Painel – TJPR e TJRJ: Visão Administrativa    

Participantes: Servidores da Área Administrativa do TJRJ e do TJRJ   

Convidados: Juízes Auxiliares e Corpo Administrativo dos Tribunais de Justiça do Brasil    

14h    

Reunião de trabalho e elaboração, aprovação e assinatura da carta do encontro    

16h30   

Cerimônia de Encerramento   

Autoridade convidada: deputado federal Hugo Leal   

Apresentação musical – Orquestra Ação Social pela Música

 

SF/IA/FS/MB