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CCMJ realiza programação especial em torno do tema da violência contra a mulher
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 13/08/2018 18:01

A violência contra a mulher é o tema da peça POR ELAS, que estreou em 1º de agosto, na Sala Multiuso do Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ). O espetáculo segue com a temporada até o dia 1º de setembro, de quarta a sábado, às 19h, com entrada franca e distribuição de senhas às 18h30. Às quartas-feiras, após o espetáculo, o CCMJ promove debates com especialistas sobre o tema. Na quarta-feira, dia 15, às 18h, Lorena Kaz fará no hall do Antigo Palácio da Justiça (APJ-Rio), uma sessão de autógrafos do seu livro “Morrer de Amor e Continuar Vivendo”, história em quadrinhos que tratam de relacionamentos amorosos abusivos. Ainda neste mesmo dia, após a apresentação do espetáculo, a socióloga e feminista Jacqueline Pitanguy debate com o público o tema da violência de gênero.

“Morrer de Amor e Continuar Vivendo”, traz 64 histórias em quadrinhos da ilustradora Lorena Kaz. O livro nasceu do projeto criado pela autora há quatro anos - uma série de quadrinhos sobre dependência emocional, cotidiano e pressões sociais - retratadas a partir de sua própria experiência. O projeto cresceu e deu origem a página no Facebook, que hoje conta com cerca de 180 mil seguidores.

"Durante anos acreditei que minha felicidade e realização pessoal dependiam do meu relacionamento afetivo. Não me sentia capaz de ser feliz sozinha. Com a terapia percebi que tinha um alto grau de dependência emocional e que poderia mudar minhas relações se trabalhasse minha autoestima. Agora quero ajudar outras mulheres a se valorizarem e saírem da situação de abuso e dependência emocional dentro do relacionamento afetivo",  relata Lorena.

Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de POR ELAS trata do ‘círculo da violência’ e do ‘feminicídio’, assassinato cometido contra a mulher em razão de gênero, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar. O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o ciclo da violência e, portanto, passível de prevenção. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero.

“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.

Dando continuidade aos encontros de reflexão sobre o tema, realizados às quartas-feiras, após o espetáculo, o CCMJ receberá no dia 15, a socióloga e feminista Jacqueline Pitanguy, fundadora e coordenadora executiva da organização não governamental CEPIA - Cidadania, Estudos, Informação e Ação. Pitanguy tem sua carreira totalmente voltada para a questão dos direitos das mulheres; como presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), de 1985 a 1989, ela esteve à frente do movimento “Mulher e Constituinte”, que mobilizou mulheres do Brasil inteiro e resultou na “Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes” que contribuiu para o processo de redemocratização do país, para a elaboração da Constituição de 1988 e, principalmente, resultou na ampliação da cidadania e a consequente constitucionalização dos direitos das mulheres no país. 

Em entrevista recente dada ao CCMJ, Jackeline Pitanguy fala sobre o reconhecimento da luta das mulheres na construção da Constituição de 1988: “(...) o Brasil é um país com muito pouca memória, memória arquitetônica, memória histórica, muito pouca memória. E, por outro lado, a história das mulheres ainda é uma história secundária. Na história oficial, nós ainda somos uma história marginal, não entenderam ainda que a história das mulheres é uma história central na construção do que é, do que foi, digamos, a nossa democracia. Eu acho que não há reconhecimento e nem conhecimento, que é pior ainda, porque às vezes as pessoas conhecem e não querem reconhecer, mas nesse caso eu acho que nem conhecem”.

SERVIÇO

POR ELAS - Programação Especial - 15/08, quarta-feira. Das 18h às 22h

18h – Sessão de autógrafos de “Morrer de Amor e Continuar Vivendo” com Lorena Kaz

Local: Hall do APJ-Rio

19h – Espetáculo POR ELAS

Local: Sala Multiuso

20h – Debate com Jacqueline Pitanguy

Local: Sala Multiuso

POR ELAS - de Sílvia Monte [texto e direção] e Ricardo Leite Lopes [texto].  Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, está reunido para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo. Com Adriana Seiffert, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Flavia Botelho, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa. De 1º de agosto a 1º de setembro, de quarta-feira a sábado, às 19h. Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h30. Recomendação etária: 14 anos. Local: CCMJ, Sala Multiuso, Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro – RJ.